30.3.09
Os lenços de namorados
Aqui tens meu coração.
E a chave pró abrir.
Nun tenho mais que te dar,
Nem tu mais que me pedir.
(versos dos lenços de namorados - Minho-Portugal)
27.3.09
Aquela triste e leda madrugada...
Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade
Quero que seja sempre celebrado.
Ela só, quando amena e marchetada
Saía, dando ao mundo claridade,
Viu a postar-se de uma outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,
Que de uns e de outros olhos derivadas.
Se acrescentaram em grande e largo rio.
Ela viu as palavras magoadas
Que puderam tornar o fogo frio,
E dar descanso às almas condenadas.
Camões
4.3.09
Soneto de Inês
(Columbano)
(túmulo de Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça - Portugal)
Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês! Inês! Rainha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.
Amor imenso que também é cego amor
que torna os homens imortais.
Inês! Inês! Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.
Os teus gestos são verdes
os teus braços são gaivotas
poisadas no regaço dum mar azul turquesa intemporal.
As andorinhas seguem os teus passos
e tu morrendo com os olhos baços
Inês! Inês! Inês de Portugal.
José Carlos Ary dos Santos
(túmulo de Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça - Portugal)
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Quero só trazer à memória o que me dá esperança...
Hino da Restauração da Independência