O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:
- «Pelas noites de invernia,
quando o vento, num lamento
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros fina a tinir...,
ai com é bom,
ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron, ron-ron..."
-«Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»
O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai pensando,
vai dormindo
e vai sonhando:
- «Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros no ar
a voar,
nem aos cavalos saltando,
galopando,
nem as peixinhos no mar
a nadar;
não tenho inveja a ninguém,
aqui da minha janela
onde me sinto tão bem ...»
- «Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:
- «Pelas noites de invernia,
quando o vento, num lamento
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros fina a tinir...,
ai com é bom,
ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron, ron-ron..."
-«Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»
O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai pensando,
vai dormindo
e vai sonhando:
- «Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros no ar
a voar,
nem aos cavalos saltando,
galopando,
nem as peixinhos no mar
a nadar;
não tenho inveja a ninguém,
aqui da minha janela
onde me sinto tão bem ...»
- «Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»
Afonso Lopes Vieira em "Animais nossos amigos"
Dedicado à Ana e aos seus múltiplos felinos.
1 comentário:
E que prenda bonita. Só mesmo Afonso Lopes escrevia assim.
Será que as criancinhas da Primária decoram os poemas que nós decorámos? "Os passarinhos
tão engraçados
fazem os ninhos
com mil cuidados..."
Muitos deles nem ler sabem
Obrigada, Maria
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