28.10.12

No país dos poemas tristes


Qualquer poema esquecido
precisa de uma réstia de sol
onde pousar a tristeza

Mas no país dos poemas tristes
a inércia dormente
deixou que roubassem o sol
E agora
os rios solidificam nos leitos
os animais são pedras
e as searas secam

Agora
no país dos poemas tristes
da sombra negra do céu
desprendem-se versos mortos
que os poetas recolhem
paulatinamente
para colocar entre as páginas brancas
de um livro por escrever

Talvez despertem um dia
ao som de Chopin
Fantasie-Impromptu, quem sabe?
Quando o sol for devolvido ao céu
e à poesia renascerem as asas

Lídia Borges

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Quero só trazer à memória o que me dá esperança...

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