3.11.12

VIDA


Vida que não acaba de acabar-se,
Chegando já de vós a despedir-se,
Ou deixa por sentida de sentir-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.

Vida que já não chega a terminar-se,
Pois chega já de vós a dividir-se.
Ou procura vivendo consumir-se,
Ou pretende matando eternizar-se.
 
O certo é, Senhor, que não fenece,
Antes no que padece se reporta,
Porque não se limite o que padece.

Mas, viver entre lágrimas, que importa?
Se  vida  que entre ausências permanece
É só viva ao pesar, ao gosto morta?
 Soror Violante do Céu ((1601-1693)
in «Cem  Poemas Portugueses no Feminino»,
Selec., Organiz. e introd. de José Fanha e José Jorge Letria


Quero só trazer à memória o que me dá esperança...

Hino da Restauração da Independência



A PORTUGUESA