14.11.13

O Cravo e o Manjerico



Num mercado de flores
Com rosas ,jasmins,amores
E mais que não qualifico,
Estava o cravo vaidoso
Alto,forte,vigoroso
E o modesto manjerico.




Começou o cravo a falar
O que eu vos vou contar:
-Como podes tu ,assim
Um manjerico miudinho
Nesse teu reles vasinho
Colocares-te ao pé de mim ?

Eu irei para um jarrão
Da China,e num salão
então serei admirado
E tu tão encolhidinho Sempre viverás sozinho
Sem mais ninguém a teu lado.

E o manjerico então falou
Mui docemente,mas acertou:
-Sim.és bonito,mas pensa agora
Que muito em breve murcharás
Essa beleza,oh! É fugaz
E logo então te deitam fora.
Eu irei para ‘ma casinha
Pequenina,pobrezinha,
Talvez de algum cavador
Mas onde serei regado
E com carinho tratado
Com ternura,com amor.

Quando o meu dono à tardinha
Chegar a casa e à cozinha
For pôr o alforge e o tarro,
-Que perfume ! Ele então diz.
-E assim eu serei feliz
No meu vasinho de barro.

Mariana Santos Rosado Pontes (93 anos)


Ei-los que partem


Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutra paragens
noutra aragens
entre os povos
ei-los que partem
velhos e novos
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá longe
onde o suor
se fez pão
virão um dia
ou não.

 Manuel Freire

Quero só trazer à memória o que me dá esperança...

Hino da Restauração da Independência



A PORTUGUESA