23.1.06

Lá fora



Lá fora onde árvores são
O que se mexe a parar
Não vejo nada senão,
Depois das árvores, o mar.
É azul intensamente,
Salpicado de luzir,
E tem na onda indolente
Um suspirar de dormir.
Mas nem durmo eu nem o mar,
Ambos nós, no dia brando,
E ele sossega a avançar
E eu não penso e estou pensando.
Fernando Pessoa

1 comentário:

Dulce disse...

Este poema tem a cadência das ondas... Tão lindo! (não conhecia)

Quero só trazer à memória o que me dá esperança...

Hino da Restauração da Independência



A PORTUGUESA